domingo, 25 de julho de 2010

Eduardo Brandão é o entrevistado da semana

Aposta em renovação e sustentabilidade

Eleições 2010, entrevista em 25/07/2010 às 10:43

Diretamente do Blog da Paola
Fotos: Divulgação



Na terceira entrevista com candidatos ao Governo do Distrito Federal, em que as perguntas são feitas por vocês, leitores, a sabatina foi com o candidato do PV, Eduardo Brandão. Confiante de que a população vai apostar em uma renovação nas urnas, Brandão promete uma mudança drástica na forma de fazer política no Distrito Federal. As mudanças seriam tanto comportamental, com transparência e participação popular, como de políticas públicas, com
medidas sustentáveis para o desenvolvimento do DF. Confira a entrevista a seguir:






A política em Brasília, historicamente, sempre girou em torno da polarização PT e Joaquim Roriz, antes no PMDB, agora no PSC. Por que o senhor acha que o PV pode reverter este cenário nas urnas?

(Pergunta do leitor Elton Pereira)

Eduardo Brandão - Não há realmente uma polarização. O que existe é uma hegemonia do grupo do Roriz, com uma breve interrupção de quatro anos, durante o governo do senador Cristovam Buarque. Na verdade, o grupo do ex-governador disputou as eleições contra o PT, mas controla a política local há mais de 20 anos. O melhor retrato dessa hegemonia é a migração da política para as páginas policiais. O sentimento geral é de que Brasília não merece e não quer mais essas pessoas no governo.

Por isso, chegou a hora de nós, os pioneiros, que aqui crescemos, constituímos famílias e aprendemos amar esse céu e esse planalto único, assumirmos a administração da cidade. O Partido Verde é um partido novo, mas já consolidado, que tem propostas novas e modernas como é o perfil de Brasília, uma cidade que já deveria estar voltada para o terceiro milênio, mas ainda patina, por conta das velhas e maléficas práticas políticas.

Tenho certeza de que seremos a alternativa, porque temos um programa que valoriza o homem, o desenvolvimento e a natureza. A sustentabilidade, em todos os setores, representa o futuro, e Brasília, por ser a capital do país, tem que dar esse exemplo. Nós, do PV, temos o caminho.


O senhor considera que sua candidatura foi apenas uma forma de oferecer palanque para a candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva, correndo o risco de ter dividido as forças contra o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) nesta eleição?

(Pergunta do leitor Vinícius Fernandes)

Brandão - Eleição não é uma disputa como um Fla-Flu, Corinthians e Palmeiras, Grenal, ou Cruzeiro e Atlético. O PT só faz aliança impondo os nomes e os cargos, e tem desde a sua fundação uma prática hegemônica. É um partido que não quer aliança política, quer adesão. Vamos para disputa. Vamos apresentar ao eleitorado nossas propostas, e deixar que ele vote.

Dizer que estamos dividindo forças é um argumento de quem teme a disputa. Acho inclusive falta de respeito tentar simplificar dessa maneira o processo eleitoral. Minha opinião sobre o grupo do Roriz já foi emitida na resposta anterior. Quanto ao palanque da senadora Marina, temos informações de pesquisas, feitas em Brasília, que a nossa candidata à Presidência tem quase 25% da preferência do eleitorado. Temos base, portanto, para afirmar que ela é uma força política na capital, e esse é um dos motivos que levaram o Partido Verde a ter candidatura própria ao governo.

Como estamos apenas no começo da campanha, acredito que podemos crescer, e muito, até o final, com grande possibilidade de chegar ao segundo turno. Como já disse, somos a alternativa e não achamos que vamos dividir os eleitores desse ou daquele candidato. Vamos surpreender.


Joe Valle, candidato ecologista do PSB, já está apoiando a candidatura de Agnelo Queiroz. Se houver segundo turno em Brasília e a disputa for entre Agnelo e Joaquim Roriz (PSC), quem o PV vai apoiar?

(Pergunta do leitor Gustavo Chauvet)

Brandão - O Partido Verde é plural e respeita a pluralidade. Acho ótimo que os outros partidos tenham candidatos preocupados com o meio ambiente. Isso é saudável. Gustavo, vamos esperar um pouco. A disputa nem começou. Daqui até o segundo turno muita água ainda vai rolar. É cedo para arriscar qualquer resultado, especialmente numa cidade como Brasília, repleta de cidadãos/eleitores descontentes e revoltados com os políticos. Somos hoje os recordistas em número de candidatos à Câmara Distrital porque todos sabem que a renovação deve ser completa. A propalada polarização ideológica, como já disse, é falsa. O que há é uma mistura dos dois grupos como se eles tivessem sido colocados num liquidificador e depois divididos em copos iguais, com cores diferentes. Não existe diferença. Nós, ao contrário, temos posição, temos norte, temos propostas e dentro disso é que tomaremos nossas decisões.


Caso o senhor seja eleito governador, como será sua relação de governador com a Câmara Legislativa? Como fazer uma base de apoio ao governo com pouco ou nenhum candidato do PV na Casa? Quem faria parte desta base?

(Pergunta do leitor Herson Nei Oliveira)

Brandão - Qualquer que seja o próximo governador – espero que seja eu –, vai protagonizar o início de uma nova era na relação do Executivo e o Legislativo local. A relação vai ter que ser transparente e feita à luz do dia, sem meias, sacolas e bolsas recheadas. A Câmara Distrital vai se renovar completamente como resposta dos eleitores aos escândalos que todos assistiram na TV. O PV tem 48 candidatos a distrital e com certeza alguns deles vão chegar lá. Eles serão condutores e criadores dessa nova base.


Quais os principais pontos do seu programa de governo que se diferenciam dos outros candidatos?

(Pergunta do leitor Gustavo Chauvet)

Brandão - Caro Gustavo, sinceramente conheço muito pouco o programa dos outros candidatos. Mas conheço a prática deles no poder. E o que queremos é totalmente diferente do que era, quando estiveram no Buriti. Eles querem mais viadutos e pistas largas para os carros; nós queremos transporte público de qualidade com a utilização de energia limpa para toda a gente. Eles pensam nos carros, nós pensamos nas pessoas.

Eles querem apenas mais polícia na rua; queremos uma polícia eficiente e gente na rua. Para o partido Verde, segurança pública é gente na rua, nas praças, ocupando os espaços públicos com arte e cultura. Eles abandonaram o ensino público. A educação é o primeiro item do programa do PV. Eles querem indústrias e chaminés, queremos o desenvolvimento com empregos dignos. São muitas as diferenças, principalmente conceituais e comportamentais.


O senhor pretende dar continuidade a projetos voltados à Educação como, por exemplo, o Bolsa Universitária e o DF Digital, que dá oportunidades a pessoas de baixa renda terem um ensino de qualidade? Quais as suas propostas para a área?

(Pergunta dos leitores Ludmila Mascarenhas, Danilo Silvestre e Jeniffer Alves)

Brandão - Claro que vamos manter os projetos bem sucedidos, com bons resultados. Somos contra a política de atribuir ao governo anterior apenas práticas condenáveis, incompetência e corrupção. Alguns projetos merecem ser mantidos e estimulados. A educação para o PV não faz parte do discurso eleitoral. Faz parte da vida. O PV não existiria nem teria para onde crescer sem a educação. Todo o programa do PV, na economia, na segurança, na arte, na cultura, na habitação, tudo tem a ver com a educação. Isso não é promessa de campanha, mas uma convicção do nosso Partido. Jamais chegaremos a ter o almejado desenvolvimento sustentável sem educação. Vocês, Ludmila, Danilo e Jeniffer podem chamar, sem demagogia, o nosso partido de Partido Verde da Educação.


O senhor pretende escolher os administradores regionais entre seus moradores ou líderes comunitários das cidades? Como se dará essa escolha?

(Pergunta do leitor Eurides Brutão)


Brandão - O Partido Verde conta com candidatos e pessoas qualificadas em todas as regiões do Distrito Federal. Mas Eurides, o critério de escolha não será exclusivamente partidário. Vamos avaliar a competência, a história, os laços afetivos e o conhecimento que o futuro administrador tem com cada região. Taí outra das qualidades do PV, analisamos vários aspectos e não só a questão política.




A Saúde é hoje um dos principais problemas do Distrito Federal e uma das críticas à gestão da área é terceirização dos serviços, como ocorreu no Hospital de Santa Maria. Qual a posição do senhor quanto a isso, o que fazer com o hospital e quais suas principais medidas para melhorar o atendimento à população?


(Pergunta dos leitores Dan Lima e Antônio Costa)

Brandão - Saúde é um tema tão importante para nós que o meu candidato a vice é o médico Luiz Maranhão, que já pertenceu aos quadros da rede pública. Sem trocadilhos, para o Partido Verde, prevenir é sempre melhor que remediar. Por isso, vamos ampliar as redes de assistência básica à saúde, o número e o expediente dos postos de saúde, as equipes do Programa Saúde da Família e instalar consultórios dentários nos postos de saúde e em todas as escolas públicas. Vamos equipar os hospitais e criar conselhos de moradores para ajudar na sua conservação e na fiscalização dos serviços prestados.

Sobre os convênios citados, acreditamos que eles só são considerados complexos por aqueles que não querem resolvê-los ou que de alguma forma se beneficiam deles. Com o diálogo aberto, franco e democrático com os atores e setores envolvidos é possível encontrar soluções para os conflitos hoje existentes. Um dos problemas básicos envolve a remuneração dos profissionais da saúde. Existe, por exemplo, a questão da quantidade reduzida de anestesistas e intensivistas dispostos a trabalhar no SUS, já que no setor privado os salários são mais atrativos. A melhoria dos salários é um dos caminhos em busca da solução. Não menos importante, vamos negociar com os governos Federal, da Bahia, Minas e Goiás investimentos comuns para a saúde no Entorno do Distrito Federal. Gastaremos melhor o dinheiro do contribuinte de Brasília se, por exemplo, ajudarmos o governo de Minas a construir um posto ambulatorial em Unaí. Um bom atendimento lá vai diminuir a demanda no sistema hospitalar do DF.



O PV tem bandeira de desenvolvimento sustentável. Ainda dá para fazer isso no Distrito Federal mesmo depois da avalanche de condomínios irregulares e invasões? Como seria?

(Pergunta da leitora Ana Carolina Maia)

Brandão - É, Ana Carolina! Perdemos muito tempo olhando a cidade crescer de maneira desordenada. O que fizeram em Vicente Pires, por exemplo, foi um crime. A omissão oficial permitiu que a cidade perdesse parte do seu cinturão verde e das matas de galeria. O riacho de águas limpas da minha infância é hoje um canal condutor de lixo e esgoto a céu aberto. Agora cabe a nós preservar o que resta, recuperar áreas degradadas e recriar cinturões verdes.

Outro aspecto fundamental – e essa é uma das razões do PV ter sido criado – é a conscientização que devemos ter da nossa relação com o meio ambiente. Quando o PV surgiu, foi vítima de campanhas difamatórias, a defesa do crescimento com equilíbrio e respeito à natureza eram consideradas propostas utópicas. Pouco a pouco, tijolo a tijolo, mostramos que a sustentabilidade é o alicerce do futuro. Em Brasília, para não fugir muito da sua pergunta, o nosso governo vai trabalhar para recuperar áreas, garantir a vida no Lago Paranoá, estimular atividades econômicas com o uso de energia limpa e combater a emissão de carbono.



Fonte: Blog da Paola

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